terça-feira, 24 de setembro de 2013

Projeto sobre variação linguística

Nossa língua é assim: "livre para todos os públicos".

O papel do linguista é descrever a língua em suas múltiplas manifestações e oferecer hipóteses e teorias consistentes para explicar os fenômenos linguísticos, de modo que os educadores possam se servir dessas descrições e explicações para empreender uma prática pedagógica que leve em conta a pluralidade de realizações empíricas da língua.
Bagno, 2002.*

Relato:

Diante das concepções vigentes sobre as concepções de língua, linguagem e discurso, pontuadas pela linguística textual e pela pragmática, faz-se mister repensar o ensino de língua materna mediante contextos situacionais de uso concreto da linguagem, abrangendo muito mais que leituras teóricas no livro didático, tendo em vista que "a língua não é uma abstração: muito pelo contrário, ela é tão concreta quanto os mesmos seres humanos de carne e osso que se servem dela e dos quais ela é parte integrante" (BAGNO, 2002).
Em consonância com a Matriz Curricular do Ensino Médio das Escolas Públicas de Pernambuco, contemplou-se no primeiro e segundo bimestres um estudo abrangente acerca de língua e linguagem, falares cultos e populares, enveredando-se para além dos conceitos, numa prática de linguagem significativa e instigante para o aprendizado dos alunos.
O trabalho fora realizado sob a coordenação da professora Jaqueline Souza dos Santos Silva, juntamente com os estudantes das turma de 3º Ano, turmas C e D, do Ensino Médio da Escola de Referência Abílio de Souza Barbosa, Orobó/PE. 

Durante os bimestres resgatamos conceitos, criamos novos conceitos. Compreendemos que a língua é mutável e sofre preconceito por parte de alguns. aprendemos a respeitar os diversos falares e adequar para as diversas situações de discurso. Mediante isso, realizamos a seguinte sequência de atividades para apresentação em público na própria escola:

Programação  
Eventos realizados pelos estudantes:

1. Palestra: O que é língua? Onde está o preconceito linguístico?;
2. Apresentação teatral de um jornal  (conforme anexos)
3. Falares populares: Quem fora Patativa do Assaré?
– Cordel de Patativa do Assaré - Aos poetas clássico -  cantado com instrumentos musicais e recitado por estudantes devidamente trajadas;
4. Quem foram os Mamonas Assassinas? Por que a utilização da música Chopis Centis?
Um grupo de alunos, vestidos a caráter, representa o grupo.
5. Apresentação de teatro com textos criados pelos estudantes.
6. Dialetos urbanos: O que é o Rap? 
Apresentação do Rap da linguagem em interação com o público.
7. Agradecimentos

ANEXOS:
Apresentação inicial: Jornal televisivo
Nome do jornal: Variação linguística: Na língua é assim!
Jornalista 1: _______________   Jornalista 2: _______________ Jornalista 3:_______________
Cenário: Cadeiras giratórias; mesa e tablets. Na frente da mesa, o nome título do jornal. Antes de iniciar tocaremos a vinheta do JN e abrir-se-ão as cortinas do Jornal. Vestuário: jornalista 1 – paletó; jornalista 2 – traje de sertanejo(a); Jornalista 3 – boné, gargantilha de “ouro”, tênis e roupa jovial. OBS: Solicitar microfones.
Jornalista 1: Bom dia/ Boa tarde!
Jornalista 2: Cuma vai!
Jornalista 3: E aí, morô!

Jornalista 1: Informaremos as notícias de destaque de nossa língua portuguesa, “inculta e bela”, como diz nosso grande poeta Olavo Bilac.
Jornalista 2: É o que homi? Incurtá ela? Dexa pa lá... Nóis vai é dizê as fofocas do dia!
Jornalista 3: Tamo na vez!

Jornalista 1: Idosa vai a consultório médico e sofre constrangimento por usar linguagem regional. Diz a senhora que não teve oportunidade de frequentar a escola e acusa o médico de preconceito linguístico.
Jornalista 2: Oxente, homi, péra eu nunciar o restin! A mulé e seu marido, cabra da peste, regaça as manga e rasga a guela na delegacia. Só sairu adespoi de leva um regaço do puliça.

Jornalista 1: Mais uma da língua portuguesa. Um grupo de jovens tira nota baixa na prova por que ao invés de escrever “Somos jovens da modernidade”, escreve “Nóis é da hora!” Professora se recusa a aceitar esse tipo de expressão.
Jornalista 3: É cabuloso véi. Que nóis é da hora, já é. A prof vacilou e ficou na pista. Queimou o filme dela com os truta na escola. Tem mais é que dá área e ir pro xilindró. E cadê os do colarinho branco. Tão na nóia! Na vera,  o pau só quebra do lado dos mais fracos, mermo mano!

Jornalista 1: Assistam agora as atrações do dia que enfocam a diversidade da língua em nosso país. Bom dia!/Boa Tarde!
Jornalista 2: Fiquem cum deuso e a vige Maria proteja ocês tudin!
Jornalista 3: Ah, sai fora desse preconceito, cara! Tamo vazando, fica na paz cumpade!

(Para finalizar os alunos em coro dizem)
Todos: Nossa língua é assim: livre para todos os públicos


Recital do cordel

Aos poetas clássicos
Patativa do Assaré
(Antônio Gonçalves da Silva)

Aluno1:
Poetas niversitário,
Poetas de Cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia;
Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licença,
Pois mesmo sem português
Neste livrinho apresento
O prazê e o sofrimento
De um poeta camponês.

Aluno 2:

Eu nasci aqui no mato,
Vivi sempre a trabaiá,
Neste meu pobre recato,
Eu não pude estudá
No verdô de minha idade,
Só tive a felicidade
De dá um pequeno insaio
In dois livro do iscritô,
O famoso professô
Filisberto de Carvaio.

Aluno3:

No premêro livro havia
Belas figuras na capa, 
E no começo se lia:
A pá — O dedo do Papa,
Papa, pia, dedo, dado,
Pua, o pote de melado,
Dá-me o dado, a fera é má
E tantas coisa bonita,
Qui o meu coração parpita
Quando eu pego a rescordá.


Aluno4:
Foi os livro de valô
Mais maió que vi no mundo,
Apenas daquele autô
Li o premêro e o segundo;
Mas, porém, esta leitura,
Me tirô da treva escura,
Mostrando o caminho certo,
Bastante me protegeu;
Eu juro que Jesus deu
Sarvação a Filisberto. 


Aluno5:
Depois que os dois livro eu li,
Fiquei me sintindo bem,
E ôtras coisinha aprendi
Sem tê lição de ninguém.
Na minha pobre linguage,
A minha lira servage
Canto o que minha arma sente
E o meu coração incerra,
As coisa de minha terra
E a vida de minha gente.


Todos:
Poetas niversitário,
Poetas de Cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia;
Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licença,
Pois mesmo sem português
Neste livrinho apresento
O prazê e o sofrimento
De um poeta camponês.

Aluno 6 e 7:
Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré, nasceu numa pequena propriedade rural de seus pais em Serra de Santana, município de Assaré, no sul do Ceará, em 05-03-1909. Filho mais velho entre os cinco irmãos, começou a vida trabalhando na enxada. O fato de ter passado somente seis meses na escola não impediu que sua veia poética florescesse e o transformasse em um inspirado cantor de sua região, de sua vida e da vida de sua gente. Em reconhecimento a seu trabalho, que é admirado internacionalmente, foi agraciado, no Brasil, com o título de doutor "honoris causa" por universidades locais. Casou-se com D. Belinha, e foi pai de nove filhos. Publicou Inspiração Nordestina, em 1956. Cantos de Patativa, em 1966. Em 1970, Figueiredo Filho publicou seus poemas comentados Patativa do Assaré. Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Sua memória está preservada no centro da cidade de Assaré, num sobradão do século XIX que abriga o Memorial Patativa do Assaré. Em seu livro Cante lá que eu canto cá, Patativa afirma que o sertão enfrenta a fome, a dor e a miséria, e que "para ser poeta de vera é preciso ter sofrimento". O poeta faleceu no dia 08/07/2002, aos 93 anos.


O texto acima foi extraído de livreto de cordel de mesmo título, sem dados para identificação.

Fotos do trabalho












































Vídeos

Apresentação da Música Chopis Centis (Mamonas Assassinas)

Apresentação do Rap






Bibliografia:

ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível. - São Paulo: Parábola, 2009.
BAGNO, M., GAGNÉ, G., STUBBS, M. Língua materna: letramento, variação e ensino. - São Paulo: Parábola, 2002.
Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica. Programa Gestão da Aprendizagem Escola - Gestar II. Língua Portuguesa: Atividades de Apoio a Aprendizagem 1 - AAA1: linguagem e cultura (versão do professor). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2008.





Por motivos de erro nos vídeos, outros não ainda foram adicionados.




























Quiz literário: promovendo a interação e o conhecimento em sala de aula

Aula de revisão e reensino:
 Vanguardas europeias e Contexto histórico da 1ª Geração Modernista



1. Quanto ao contexto histórico podemos citar:
A.A chegada da família real ao Brasil.
B.As revoltas militares tenentistas.

C.A Inconfidência Mineira

2. Em outubro, o comandante Luís Carlos Prestes, encontra-se com os rebeldes paulistas formando
 A.O movimento tenentista
B.A Aliança Liberal
C.A Coluna Prestes

3. Na economia, predominava
A.Exportação de café.
B.Quebra da Bolsa de Nova York.
C.Ascenção da Burguesia.

4. Os Modernistas buscavam inspiração 
A.Na mitologia grega.
B.Nos valores cristãos.
C.Nas vanguardas europeias.

5. As vanguardas europeias tinham o objetivo de...
A.Retomar temas do passado.
B.Romper com os princípios da arte do século XIX.
C.Recuperar modelos da antiguidade clássica.
6. Define-se pela sobreposição de diferentes planos
A.Cubismo.
B.Expressionismo.
C.Dadaísmo.

7. Fascínio pela máquina, velocidade e guerra é um princípio
A.Cubista.
B.Futurista.
C.Surrealista.

8. Abole de vez a lógica, a organização, o olhar racional, dando à arte um caráter de espontaneidade
A.Futurismo.
B.Dadaísmo.
C.Cubismo.

9. O ... Influenciou bastante o Modernismo
A.Expressionismo.
B.Futurismo.
C.Dadaísmo.

Tira-teima: As vanguardas na literatura – o que muda nos textos escritos?
O texto cubista ganha forma.
Acentua-se o ilogismo.
Destruição da sintaxe, uso de substantivo ao acaso, verbos no infinitivo, abolição da pontuação, dos adjetivos e advérbios.
Abordam a derrocada do mundo burguês e capitalista, denuncia um universo em crise e a sensação de impotência do homem preso em mundo “sem alma”.
Temas de forte caráter negativista de forma grotesca e deformada.

Este trabalho fora organizado em slide, com  designer para um jogo de Passa ou Repassa. Informações adicionais estão contidas nos slides, tais como contexto histórico-cultural do Modernismo fase 1, os autores e características das obras.
Para complementar, pode-se assistir a vídeo-aula abaixo: